Filosofia


Vestibular Filosófico da Alcateia



QUESTÃO 1
A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática política.
(CORDI et al. Para filosofar)
O Século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais,conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como
a) instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos.
b) mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.
c) meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que é efetivamente a ética, a política internacional se realiza.
d) parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos.
e) aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculação a outras sociedades.
Fonte: ENEM – 2011

QUESTÃO 2
Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida esta como a área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si.
(SEVERINO. A. J. Filosofia)
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo deformação da ética na sociedade contemporânea, ressalta
a) os conteúdos éticos decorrentes das ideologias político-partidárias.
b) o valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos.
c) a sistematização de valores desassociados da cultura.
d) o sentido coletivo e político das ações humanas individuais.
e) o julgamento da ação ética pelos políticos eleitos democraticamente.
Fonte: ENEM - 2011

QUESTÃO 3
 Platão destaca, na República (livro III), a importância da educação musical dos futuros guardiões da cidade, ao dizer:
[...] a educação pela música é capital, porque o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na alma e afetam-na mais fortemente [...].
(PLATÃO. A República. Tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. p. 133.)
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a relevância da educação musical dos guardiões em Platão, considere as afirmativas a seguir:
I. A música deve desenvolver agressividade e destempero para evitar o temor dos inimigos perante a guerra.
II. A música deve desenvolver sentimentos éticos nobres para bem servir a cidade e os cidadãos.
III. A música deve divertir, entreter e evocar sentimentos afrodisíacos, para alívio do temor perante a guerra.
IV. A música deve moldar qualidades como temperança, generosidade, grandeza de alma e outras similares.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV. 
Fonte: UEL - 2008

QUESTÃO 4
 Leia os textos a seguir:
A amizade perfeita é a dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses desejam igualmente bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos. Ora, os que desejam bem aos seus amigos por eles mesmos são os mais verdadeiramente amigos, porque o fazem em razão da sua própria natureza e não acidentalmente.
(ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 381-382. Os Pensadores IV.)
Os amigos formam uma unidade mais completa e mais perfeita do que os indivíduos isolados e, pela ajuda recíproca e desinteressada, fazem com que cada um seja mais autônomo e mais independente do que se estivesse só.
(CHAUÍ, M. de S. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 323.)
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento ético e político de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir.
I. Uma sociedade de amigos é mais perfeita e durável por considerar a lei como norma mantenedora da amizade.
II. Os amigos tornam a sociedade política perfeita ao se isolarem.
III. Os virtuosos e bons são verdadeiramente amigos por desejarem o bem reciprocamente.
IV. A amizade só pode existir entre os virtuosos, que são semelhantes em caráter; por isso, formam uma sociedade justa.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
Fonte: UEL – 2008

QUESTÃO 5
Para John Locke, os direitos naturais do homem eram:
a) família, propriedade e religião
b) liberdade, propriedade e servidão.
c) propriedade, servidão e família.
d) liberdade, igualdade e propriedade.
e) família, religião e pátria.
Fonte: UFV – 1999

QUESTÃO 6
De acordo com a Alegoria da Caverna, a possibilidade de um indivíduo tornar-se justo e virtuoso depende de um processo de transformação pelo qual deve passar. Assim, afasta-se das aparências, rompe com as cadeias de preconceitos e condicionamentos e adquire o verdadeiro conhecimento. Tal processo culmina com a ideia da forma do Bem, representada pela metáfora do Sol. Para Platão, conhecer o Bem significa tornar-se virtuoso. Aquele que conhece a justiça não pode deixar de agir de modo justo. (Marcondes, Danilo. Textos básicos de ética - de Platão a Foucault. Rio de Janeiro, Zahar, 2007, p. 31)
A importância histórica do método de conhecimento estabelecido na obra de Platão justifica-se
a) pela defesa de uma rigorosa separação entre a esfera da política e a esfera da filosofia.
b) por definir proposições instrumentais para o agir político, antecipando as estratégias maquiavélicas.
c) por identificar as coisas empíricas como sendo em si mesmas dotadas de sua própria verdade.
d) pela definição de uma esfera suprassensível que contém as formas perfeitas, necessárias e universais das coisas.
e) por entender os preconceitos e condicionamentos do mundo sensível como esfera virtuosa e justa. 
Fonte: VUNESP - 2012

QUESTÃO 7
A realidade, para Heráclito, é a harmonia dos contrários, que não cessam de se transformar uns nos outros. (...) Parmênides se colocava na posição oposta à de Heráclito. Dizia que só podemos pensar sobre aquilo que permanece sempre idêntico a si mesmo, isto é, que o pensamento não pode pensar sobre coisas que são e não são, que ora são de um modo e ora de outro, que são contrárias a si mesmas e contraditórias. (Chauí, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2003, p. 110)
A divergência entre Heráclito e Parmênides foi solucionada pela metafísica platônica. Essa solução envolveu
a) a defesa das contradições heraclitianas como conteúdo essencial da esfera inteligível da realidade.
b) a definição do Bem e da verdade acessível ao pensamento como entidade contraditória.
c) o estabelecimento de um método relativista e ancorado em contextos históricos para o conhecimento da realidade.
d) a valorização das concepções parmenidianas como expressão das aparências do mundo sensível.
e) uma dicotomia entre as propriedades variáveis das coisas sensíveis e o caráter absoluto do mundo inteligível.
Fonte: VUNESP – 2012

QUESTÃO 8
Desde Tales de Mileto, as explicações sobre o cosmos são realizadas por meio de argumentos, razões plausíveis para que o processo desencadeado pela physis se comporte de determinada maneira. Tais argumentos são confrontados por outros filósofos e, progressivamente, as concepções tornam-se cada vez mais elaboradas. Dessa forma, o pensamento filosófico que emerge nesse movimento distancia-se do pensamento mítico, entre outras razões, porque:
a) inaugura o primado da transformação permanente pela interferência contínua dos deuses na criação do cosmos;
b) busca uma physis arcaica e antropomórfica, que une o homem ao cosmo sem sua estabilidade;
c) apresenta uma visão de mundo com base racional que pode ser repensada por meio de argumentação e substituída;
d) descreve uma cosmogonia inovadora racionalizada por meio de ritos simbólicos criados pela ação do homem;
e) as narrativas mágico-religiosas são substituídas por outra linguagem mágico-simbólica para representar o sagrado.
Fonte: UFF – 2009

QUESTÃO 9: 
O primeiro conceito de metafísica consiste em reconhecer como objeto da Metafísica o ser mais elevado e perfeito, do qual provêm todos os outros seres e coisas do mundo. (...) O segundo fundamental é a da Metafísica como doutrina que estuda os caracteres fundamentais do ser. O que todo ser tem e não pode deixar de ter. (Abbagnano, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 2007, pp. 660-663. Adaptado)
Acerca dessas duas definições conceituais de Metafísica, pode-se afirmar que
a) a ambas é central a valorização das coisas sensíveis como entidades autosuficientes para o estabelecimento da verdade.
b) nos dois casos prevalece uma concepção teológica relacionada ao conhecimento do ser superior a todos os seres.
c) o primeiro conceito caracteriza a Metafísica como teologia, e o segundo conceito caracteriza a Metafísica como ontologia.
d) nos dois casos a verdade das coisas é considerada inseparável de um método relativístico para o conhecimento.
e) os parâmetros adotados por ambas pressupõem a impossibilidade de estabelecimento da universalidade.
Fonte: VUNESP - 2012

QUESTÃO 10
Na década de 30 do século XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito da moralidade nos EUA: “A opinião pública norte-americana é particularmente dura com a falta de moral, pois esta desvia a atenção frente à busca do bem-estar e prejudica a harmonia doméstica, que é tão essencial ao sucesso dos negócios. Nesse sentido, pode-se
dizer que ser casto é uma questão de honra”. 
TOCQUEVILLE, A. Democracy in America. Chicago: Encyclopædia Britannica, Inc., Great Books 44, 1990 (adaptado).
Do trecho, infere-se que, para Tocqueville, os norte-americanos do seu tempo
a) buscavam o êxito, descurando as virtudes cívicas.
b) tinham na vida moral uma garantia de enriquecimento rápido.
c) valorizavam um conceito de honra dissociado do comportamento ético.
d) relacionavam a conduta moral dos indivíduos com o progresso econômico.
e) acreditavam que o comportamento casto perturbava a harmonia doméstica.
Fonte: ENEM - 2009


QUESTÃO 11
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania
a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.
Fonte: ENEM - 2009

QUESTÃO 12
Leia o texto abaixo.
"SÓCRATES: Portanto, como poderia ser alguma coisa o que nunca permanece da mesma maneira? Com efeito, se fica momentaneamente da mesma maneira, é evidente que, ao menos nesse tempo, não vai embora; e se permanece sempre da mesma maneira e é "em si mesma", como poderia mudar e mover-se, não se afastando nunca da própria Ideia?
CRÁTILO: Jamais poderia fazê-lo.
SÓCRATES: Mas também de outro modo não poderia ser conhecida por ninguém. De fato, no próprio momento em que quem quer conhecê-la chega perto dela, ela se torna outra e de outra espécie; e assim não se poderia mais conhecer que coisa seja ela nem como seja. E certamente nenhum conhecimento conhece o objeto que conhece se este não permanece de nenhum modo estável.
CRÁTILO: Assim é como dizes."
PLATÃO, Crátilo, 439e-440a
Assinale a alternativa correta, de acordo com o pensamento de Platão.
a) Para Platão, o que é "em si" e permanece sempre da mesma forma, propiciando o conhecimento, é a Ideia, o ser verdadeiro e inteligível.
b) Platão afirma que o mundo das coisas sensíveis é o único que pode ser conhecido, na medida em que é o único ao qual o homem realmente tem acesso.
c) As Ideias, diz Platão, estão submetidas a uma transformação contínua. Conhecê-las só é possível porque são representações mentais, sem existência objetiva.
d) Platão sustenta que há uma realidade que sempre é da mesma maneira, que não nasce nem perece e que não pode ser captada pelos sentidos e que, por isso mesmo, cabe apenas aos deuses contemplá-la.
Fonte: UFU - 2009

QUESTÃO 13
‎A escultura Discóbolo de Míron representa a importância dada pelos gregos à atividade física.
Sobre o papel da ginástica na educação dos guardiães, na obra “A República”, de Platão, considere as afirmativas
a seguir.
I. Ao lado da música, a ginástica desempenha papel fundamental no processo de educação dos guardiães.
II. O robustecimento físico é importante para os guardiães, motivo pelo qual a ginástica deve ser ministrada
desde a infância.
III. O cultivo pleno do espírito deve prevalecer sobre o cuidado com a formação do corpo, bem como guiá-lo.
IV. A ginástica dos guardiães deve ser mais exigente se comparada à ministrada para os guerreiros.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
Fonte: UEL – 2011

QUESTÃO 14
O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto).
FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S. Paulo, 4 out. 2009 (adaptado).
O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são
a) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.
b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.
c) amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.
d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter.
e) cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.
Fonte: ENEM 2011

QUESTÃO 15
Juntamente com Hobbes e Rousseau, Locke é um dos representantes do jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais. O modelo jusnaturalista de Locke é, em suas linhas gerais, semelhante ao de Hobbes: ambos partem do estado de natureza, que, pela mediação do contrato social, realiza a passagem para o estado civil. Existe, contudo, grande diferença na forma como Locke, diversamente de Hobbes, concebe especificamente cada um dos termos do trinômio estado natural/contrato social/estado civil. (Weffort, Francisco (org.). Os Clássicos da política. São Paulo, Ática, 2006, vol. 1, p. 84)
Sobre a relação entre os três pensadores citados, é possível dizer que
a) a concepção de estado de natureza para Locke é análoga àquela concebida por Hobbes.
b) para Locke, em estado de natureza os homens vivem em condições de perfeita liberdade e igualdade.
c) segundo Rousseau, o pacto social permite a superação do estado de selvageria vigente em natureza.
d) os três pensadores pressupõem a existência de uma natureza humana destinada à tensão e conflito permanentes.
e) os três pensadores elaboram suas teorias estabelecendo continuidade com o jusnaturalismo de Maquiavel. 
Fonte: VUNESP - 2012


QUESTÃO 16
Sendo os homens por natureza todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem em segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente as propriedades que tiverem. (Weffort, Francisco (org.). Os Clássicos da política. São Paulo, Ática, 2006, vol. 1, p. 97)
De acordo com o texto, as concepções contratualistas de Locke
a) são condizentes com a teoria socialista de Marx e Engels.
b) permitem a legitimação dos governos absolutistas modernos.
c) definem os parâmetros básicos das democracias liberais.
d) apresentam traços posteriormente resgatados pelo anarquismo.
e) harmonizam-se com a ruptura estabelecida em estados de exceção.
Fonte: VUNESP - 2012

QUESTÃO 17
“Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que deixam de ser endossada sacriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.)
Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos.
a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais.
b) A discussão crítica das ideias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas.
c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião.
d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento.
e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas” conflitantes entre si.
Fonte: UEL - 2004


QUESTÃO 18
 “A filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”. Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir.
I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam.
II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’.
III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério
mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales.
IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV 
Fonte: UEL – 2007

QUESTÃO 19
O principal problema de Descartes pode ser formulado do seguinte modo: “Como poderemos garantir que o
nosso conhecimento é absolutamente seguro?” Como o cético, ele parte da dúvida; mas, ao contrário do cético,
não permanece nela. Na Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me quem puder, ainda assim jamais
poderá fazer que eu nada seja enquanto eu pensar que sou algo; ou que algum dia seja verdade eu não tenha
jamais existido, sendo verdade agora que eu existo [...]”
(DESCARTES. René. Meditações Metafísicas. Meditação Terceira, São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 182. Coleção Os Pensadores.)
Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes para fundamentar o conhecimento, é correto afirmar:
a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos nem pela razão, já que ambos são falhos
e limitados, portanto o conhecimento seguro detém-se nas opiniões que se apresentam certas e indubitáveis.
b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo, tanto ao sujeito como às próprias
coisas que são percebidas de acordo com as circunstâncias em que ocorrem os fenômenos observados.
c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma vez que somente as coisas percebidas
por meio da experiência sensível possuem existência real.
d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no debate perpétuo e universal sobre o
conhecimento das coisas, sendo a existência de Deus a única certeza que se pode alcançar.
e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em submetê-lo sistematicamente a
todas as possibilidades de erro, de modo que ele resista à dúvida mais obstinada.
Fonte: UEL - 2010


QUESTÃO 20
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade politica não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espirito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultura, 1997 (adaptado).
a) ao status de cidadania que o individuo adquire ao tomar as decisões por si mesmo.
b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidades às leis.
c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.
d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências.
e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.
Fonte: ENEM - 2012

QUESTÃO 21
Sobre a Filosofia Política e seus pensadores, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Para Locke, Hobbes e Rousseau, os indivíduos isolados no estado de natureza se unem através de um contrato social.
b) John Locke é um dos representantes do chamado liberalismo político.
c) É com Montesquieu que ocorre a separação do poder, separação dos três poderes.
d) Hobbes, juntamente com Maquiavel, foi um dos grandes defensores do Estado Republicano.
e) Rousseau desenvolve a ideia de democracia direta.
Fonte: IFAC – 2012

QUESTÃO 22
"Como o próprio nome indica, as teorias socialistas são aquelas que se fundam nas relações sociais e nas ações sociais, isto é, que se recusam a separação liberal entre sociedade e Estado e procuram na atividade social os fundamentos do poder e ação políticos". Sobre as teorias socialistas, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Ao trocar o direito à liberdade pelo ideal de posse, o homem passou a aceitar a servidão voluntária.
b) Saint-Simon e Owen são representantes do socialismo utópico.
c) As principais correntes socialistas modernas são: socialismo utópico, anarquismo, liberalismo e socialismo científico.
d) O pensamento de Karl Marx ficou conhecido como socialismo científico.
e) O comunismo ou socialismo científico criticava tanto o Estado liberal, bem como o socialismo utópico e o anarquismo.
Fonte: IFAC – 2012


QUESTÃO 23
Desde o início da semana, alunos da rede municipal de Vitória da Conquista, na Bahia, não vão mais poder cabular aulas. Um “uniforme inteligente” vai contar aos pais se os alunos chegaram à escola – ou “dedurar” se eles não passaram do portão. O sistema, baseado em rádio-frequência, funciona por meio de um minichip instalado na camiseta do novo uniforme, que começou a ser distribuído para 20 mil estudantes na segunda-feira.
Funciona assim: no momento em que os alunos entram na escola, um sensor instalado na portaria detecta o chip e envia um SMS aos pais avisando sobre a entrada na instituição.
(Natália Cancian. Uniforme inteligente entrega aluno que cabula aula na Bahia. Folha de S. Paulo, 22.03.2012)
A leitura do fato relatado na reportagem permite repercussões filosóficas relacionadas à esfera da ética, pois o “uniforme inteligente”
a) está inserido em um processo de resistência ao poder disciplinar na escola.
b) é fruto de uma ação do Estado para incrementar o grau de liberdade nas escolas.
c) indica a consolidação de mecanismos de consulta democrática na escola pública.
d) introduz novas formas institucionais de controle sobre a liberdade individual.
e) proporciona uma indiscutível contribuição científica para a autonomia individual.
Fonte: UNESP – 2013

QUESTÃO 24
O marketing religioso objetiva identificar as necessidades de espírito e de conhecimento dos adeptos de uma determinada religião, oferecendo uma linha de produtos e serviços específicos para determinado segmento religioso e linguagem inerente ao tipo de pregação veiculada. A pessoa que se sente vazia num mundo capitalista e individualista busca refúgio através de uma religião. Identificar o público que mais frequenta o templo e o bairro onde o mesmo está situado, o nível de escolaridade, renda, hábitos, demais dados dos perfis demográficos e psicográficos são considerados num planejamento de marketing de uma linha de produtos religiosos.
O fenômeno descrito pode ser explicado por tendências de
a) instrumentalização e mercantilização da fé religiosa.
b) crítica religiosa à massificação de produtos de consumo.
c) recuperação das práticas religiosas tradicionais.
d) indiferença das igrejas e religiões frente às demandas de mercado.
e) rejeição de ferramentas administrativas no âmbito religioso.
Fonte: UNESP – 2013

QUESTÃO 25
 “A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana, sem antes tê-los investigado, examinado e compreendido”, define:
a) a Ciência.
b) a Filosofia.
c) a Arte.
d) a Moral.
e) a Ética.
Fonte: UNISC - 2013

QUESTÃO 26
32. Na sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles afirma que o bem mais alto, o fim supremo da existência humana é a felicidade. Escreveu ele:
“A julgar pela vida que os homens levam em geral, a maioria deles, parecem identificar o bem ou a felicidade com o prazer. Pode-se dizer, com efeito, que existem três tipos principais de vida: a que acabamos de mencionar, a vida política e a contemplativa. A grande maioria dos homens se mostra em tudo igual aos escravos, preferindo uma vida bestial. As pessoas de grande refinamento e índole ativa identificam a felicidade com a honra; pois a honra é, em suma, a finalidade da atividade política. Quanto à vida consagrada ao ganho, é uma vida forçada, e a riqueza não é evidentemente o bem que procuramos: é algo de útil, nada mais, e ambicionado no interesse de outra coisa”.
Leia as seguintes afirmativas sobre o trecho que acabamos de citar.
I- Aristóteles considera que, se os seres humanos levassem uma vida dedicada ao prazer, eles não difeririam muito dos animais.
II- Para Aristóteles, a finalidade da atividade política é a conquista do poder.
III- Segundo Aristóteles, a felicidade resulta da posse de riquezas.
IV- Pode-se inferir, a partir da leitura do texto, que, para Aristóteles, se o homem pudesse conseguir a felicidade, ela se encontraria na vida contemplativa.
V- Aristóteles dá mais valor a uma vida dedicada à honra que àquela voltada ao prazer.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I está correta.
b) Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas.
c) Somente a afirmativa IV está correta.
d) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
e) Somente a afirmativa
Fonte: UNISC – 2013

QUESTÃO 27
Uma das mais famosas passagens da filosofia ocidental encontra-se em Kant: Duas coisas enchem-me o espírito de admiração e reverência sempre novas e crescentes, quanto mais frequente e longamente o pensamento nelas se detém: o céu estrelado acima de mim e a lei moral em mim.
Sobre essa afirmação, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se de um elogio às tendências dogmáticas do pensamento moderno.
b) Kant está celebrando a importância do empirismo filosófico e sua concepção da mente humana como tábula rasa.
c) Kant está apontando a possibilidade do homem de conhecer "coisas-em-si".
d) O pensamento de Kant revela por essa afirmação sua dívida à concepção platônica da existência de um mundo inteligível de formas perfeitas.
e) A afirmação articula duas dimensões distintas da realidade humana abordadas nas obras Crítica da razão pura e Crítica da razão prática.
Fonte: VUNESP – 2011

QUESTÃO 28
Sobre a relação entre ser e consciência, de acordo com a concepção dialética de Marx e Engels, pode-se entender que
a) a consciência humana é plenamente capaz de conhecer a realidade, sem sofrer interferência das relações materiais.
b) a consciência determina o ser.
c) a consciência corresponde à infraestrutura material da sociedade e determina os conteúdos da superestrutura.
d) as relações materiais determinam os conteúdos da consciência.
e) para compreender adequadamente a realidade, a consciência necessita da iluminação religiosa. 
Fonte: VUNESP - 2011


QUESTÃO 29
A modernidade não pertence à cultura nenhuma, mas surge sempre CONTRA uma cultura particular, como uma fenda, uma fissura no tecido desta. Assim, na Europa, a modernidade não surge como um desenvolvimento da cultura cristã, mas como uma crítica a esta, feita por indivíduos como Copérnico, Montaigne, Bruno, Descartes, indivíduos que, na medida em que a criticavam, já dela se separavam, já dela se desenraizavam. A crítica faz parte da razão que, não pertencendo a cultura particular nenhuma, está em princípio disponível a todos os seres humanos e culturas. Entendida desse modo, a modernidade não consiste numa etapa da história da Europa ou do mundo, mas numa postura crítica ante a cultura, postura que é capaz de surgir em diferentes momentos e regiões do mundo, como na Atenas de Péricles, na Índia do imperador Ashoka ou no Brasil de hoje. (Antonio Cícero. Resenha sobre o livro “O Roubo da História”. Folha de S. Paulo, 01.11.2008. Adaptado)
Com a leitura do texto, a modernidade pode ser entendida como
a) uma tendência filosófica especificamente europeia e ocidental de crítica cultural e religiosa.
b) uma tendência oposta a diversas formas de desenvolvmento da autonomia individual.
c) um conjunto de princípios morais absolutos, dotados de fundamentação teológica e cristã.
d) um movimento amplo de propagação da crítica racional a diversas formas de preconceito.
e) um movimento filosófico desconectado dos princípios racionais do iluminismo europeu.
Fonte: UNESP - 2013

QUESTÃO 30
Os sofistas, mestres da retórica e da oratória, opunham-se aos pressupostos de que as leis e os costumes sociais eram de caráter divino e universal.
Deu-se assim, entre eles, o:
a) naturalismo.
b) relativismo.
c) ceticismo filosófico.
d) cientificismo.
e) racionalismo. 
Fonte: FUNCAB – 2012

QUESTÃO 31
A filosofia de Sócrates se estrutura em torno da sua crítica aos sofistas, que, segundo ele, não amavam a sabedoria nem respeitavam a verdade. O ataque de Sócrates à sofística NÃO tem como pressuposto a ideia de que:
a) o conhecimento verdadeiro só pode ser resultado de um diálogo contínuo do homem com os outros e consigo mesmo.
b) o confronto de opiniões na política democrática afasta a possibilidade de se alcançar a sabedoria.
c) a verdade das coisas é obtida na vida cotidiana dos homens e, portanto, pode ser múltipla e inacabada.
d) o autoconhecimento é a condição primária de todos os outros conhecimentos verdadeiros.
e) a ciência (epistéme) é acessível a todos os homens, contanto que estejam dispostos a renunciar ao mundo das sensações.
Fonte: FUNCAB – 2012

QUESTÃO 32
Leia o texto a seguir.
O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva de Aristóteles – considerando que esta não permitia explicar o progresso do conhecimento científico – foi Francis Bacon. No livro Novum Organum, Bacon formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo aristotélico.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que o método indutivo
consiste
a) na derivação de consequências lógicas com base no corpo de conhecimento de um dado período histórico.
b) no estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas formas válidas do silogismo tal como preservado pelos medievais.
c) na postulação de leis universais com base em casos observados na experiência, os quais apresentam regularidade.
d) na inferência de leis naturais baseadas no testemunho de autoridades científicas aceitas universalmente.
e) na observação de casos particulares revelados pela experiência, os quais impedem a necessidade e a universalidade no estabelecimento das leis naturais.
Fonte: UEL – 2011

QUESTÃO 33
Leia o texto a seguir.
A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. (Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Livro II, p. 273.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a situada ética em Aristóteles, pode-se dizer que a virtude ética
a) reside no meio termo, que consiste numa escolha situada entre o excesso e a falta.
b) implica na escolha do que é conveniente no excesso e do que é prazeroso na falta.
c) consiste na eleição de um dos extremos como o mais adequado, isto é, ou o excesso ou a falta.
d) pauta-se na escolha do que é mais satisfatório em razão de preferências pragmáticas.
e) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com o fato de que a natureza é que nos torna mais perfeitos
Fonte: UEL – 2011

QUESTÃO 34
A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas, ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo. FOUCAULT, M. Aula de 14 e janeiro de 1976. In: Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é
a) Combater ações violentas na guerra entre as nações.
b) Coagir e servir para refrear a agressividade humana.
c) Criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação.
d) Estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países inimigos.
e) organizar as relações de poder na sociedade e entre os estados.
Fonte: ENEM - 2010

QUESTÃO 35
O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem aos distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo. Martin Claret, 2009.
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na
a) Inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) Bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) Compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) Neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e moral do príncipe.
Fonte: ENEM - 2010




QUESTÃO 36
O nada, impensado para Parmênides, encontrou em Sartre valor ontológico, pois o nada é o ponto de partida da existência humana, uma vez que não há nenhuma anterioridade à existência, nem mesmo uma essência. Esta tese apareceu no livro O Ser e o Nada. Tal afirmação encontra-se também em outro livro, O existencialismo é um humanismo, no qual está escrito:
“Porém, se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que
é. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é o de pôr todo homem na posse do que
ele é, de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência.”
SARTRE, J.P. O existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia
Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 6. Coleção .Os Pensadores..
A responsabilidade para Sartre diz respeito
a) ao indivíduo para consigo mesmo, já que o existencialismo é dominado pelo conceito de subjetividade que restringe o sujeito da ação à sua esfera interior, circunscrita pelas suas representações arbitrárias, que exclui o outro; toda escolha humana é a escolha por si próprio.
b) ao vínculo entre o indivíduo e a humanidade, já que para o existencialista, cada um é responsável por todos os homens, pois, criando o homem que cada um quer ser, estaremos sempre escolhendo o bem e nada pode ser bom para um, que não possa ser para todos.
c) à imagem de homem que pré-existe e é anterior ao sujeito da ação. É uma imagem tal qual se julga que todos devam ser, de modo que o existencialismo, em virtude da sua origem protestante com Kierkegaard, renova a moral asceta do cristianismo, que exige a anulação do eu.
d) ao partido político que tem a primazia na condução do processo de edificação da nova imagem de homem comprometido com a revolução e que faz de cada um aquilo que deverá ser, tal como ficou célebre no mote existencialista: o que importa é o resultado daquilo que nos fizeram.
Fonte: UFU - 2004


QUESTÃO 37
A arquitetura de uma época aponta não só para um determinado estilo artístico, mas também pode indicar traços de vida moral e política de um grupo humano. As torres das igrejas góticas, por exemplo, mostraram a verticalidade na relação entre Deus e o homem, o céu e a terra, o superior e o inferior, característica básica da cultura medieval.
A respeito da concepção de moralidade no período medieval, pode-se afirmar que:
I. A conduta humana deve se pautar em regras derivadas da natureza.
II. A imoralidade está relacionada com a desobediência às leis divinas reveladas.
III. A razão humana ocupa o lugar central na vida ética.
IV. A ética se preocupa, principalmente, com a autonomia moral do indivíduo.
Está(ao) correta( s)
a) Apenas I
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e IV.
e) Apenas III e IV. 
Fonte: UFMS - 2010

QUESTÃO 38
Tolstói apelava para a moral por achar óbvio que o fato de gostarmos de uma obra de arte ou a apreciarmos de um jeito ou de outro era uma questão exclusivamente subjetiva. Qualquer tentativa de prescrever padrões objetivos de gosto está condenada ao fracasso. Mas havia um modo de julgar objetivamente uma obra de arte: quanto ao seu conteúdo moral. Assim, por exemplo, ao avaliar se um romance é bom ou ruim, estamos apenas manifestando as nossas opiniões. Mas quando indagamos se o romance transmite uma mensagem moralmente virtuosa, podemos chegar a uma conclusão com que todos os julgadores sensatos podem concordar. Esse argumento é importante, porque tem consequências para a subvenção pública da arte. Tolstói achava injustificável subvencionar as artes se o valor delas estava apenas no prazer que proporcionavam. Por que subsidiar alguns prazeres, como a ópera e a dança, e não outros, como a bebida? Considere as seguintes afirmativas:
I - Segundo o texto, o conteúdo moral de uma obra de arte é uma questão objetiva.
II - Segundo o texto, o conteúdo estético de uma obra de arte não é uma questão subjetiva.
III - Segundo o texto, o Estado deve subvencionar a bebida.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
Fonte: UFSM – 2011

QUESTÃO 39
O filósofo ganês Kwame Appiah escreveu o seguinte: Em nossa vida privada somos moralmente livres para ter preferências 'estéticas' entre as pessoas, mas, como nosso tratamento delas levanta questões morais, não podemos fazer distinções arbitrárias. Usar a raça em si como uma distinção moralmente relevante parece-nos obviamente arbitrário. Sem características morais associadas, por que haveria a raça de fornecer uma base melhor do que a cor do cabelo, a altura ou o timbre da voz? E, quando duas pessoas compartilham todas as propriedades moralmente relevantes para uma ação que devamos praticar, seria um erro – uma incapacidade de aplicar a injunção kantiana de universalizar nossos juízos morais - usar os meros fatos da raça como base para tratá-las de maneira diferenciada.
Considere as seguintes afirmativas:
I -Ainjunção kantiana de que trata o texto não é o imperativo categórico, mas é o imperativo hipotético.
II - SegundoAppiah, preferências 'estéticas' podem constituir a base das distinções morais.
III - SegundoAppiah, usar as raças em si como fundamento de distinções morais não é admissível.
Está(ão) correta(as):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
Fonte: UFMS - 2011
QUESTÃO 40
Considerando que a linguagem verbal é um dos principais elementos constitutivos do mundo cultural porque nos permite transcender a experiência vivida, é correto afirmar:
a) O signo verbal tem a capacidade de para a consciência o respectivo objeto que se
encontra ausente.
b) O nome não tem relação alguma com seu referente.
c) A relação entre significante e significado do signo verbal é aleatória e transcendente.
d) A cultura é um processo transcendental da constituição do imaginário popular.
e) O signo verbal é extraído da realidade por meio de um processo de abstração. 
Fonte: UFPA – 2010

Gabarito


A
B
C
D
E
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40






Trabalho desenvolvido por:
Bárbara
Bruno
Daniel
Estrela
Fábio
Gabriel T.
Gabriel V.
Gisele
Larissa F.
Larissa N.
Letícia
Luan
Lucas V.
Lucas C.
Marcela
Mariana
Mariângela
Nátaly
Pedro
Rafaella
Raquel
Sarah
Suelen
Victória
Vinicios

Coordenadores da pesquisa:
Carolina
Kevin
João
Priscila




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